Harvey Weinstein era um cinéfilo apaixonado, um homem disposto a correr riscos, um patrono dos talentos cinematográficos, um pai amável e um monstro. Por anos, ele foi meu monstro. Nas últimas semanas, fui procurada por repórteres, que chegaram a mim por numerosas fontes, entre as quais minha querida amiga Ashley Judd. Eles queriam que eu falasse a respeito um episódio em minha existência com o qual eu imaginava ter feito as pazes, por mais dolorido que tenha sido. Fiz uma lavagem cerebral em mim mesma, para crer que aquilo tudo tinha ficado pra trás e que eu havia sobrevivido. Fugi à responsabilidade de me pronunciar com a desculpa de que neste momento havia pessoas suficientes expondo os males do meu monstro.
Não considerei que minha voz fosse relevante, e tampouco imaginei que faria diferença. Na verdade, eu estava tentando me esquivar do desafio de esclarecer numerosas coisas às pessoas que adoro: o episódio de que, quando mencionei casualmente ter sido espavorida por Harvey, como tantas algumas mulheres, deixei de fora algumas informações.
E o motivo pra que eu tenha continuado a cuidar cordialmente, por tantos anos, um homem que me feriu de forma tão profunda. Estamos no fim de contas tomando consciência sobre o assunto um vício que era socialmente aceito e resultou em insultos e humilhações para milhões de gurias como eu, já que em toda mulher vive uma criancinha.
Bem, não pode mais. Uma das forças que me deu a definição de levar adiante a minha carreira foi a história de Frida Kahlo, que, pela era de ouro dos muralistas mexicanos, produzia quadros pequenos e íntimos encarados com descaso por quase o mundo inteiro. Ela teve a coragem de se expressar, e de rejeitar o ceticismo.
Minha superior ambição era contar tua história. ‘Até O Último Homem’: A Verdade é Mais Inacreditável Que O Filme passou a ser retratar a vida daquela artista extraordinária e de dizer meu México natal de uma maneira que combatesse os estereótipos. O império Weinstein, na data centrado no estúdio Miramax, havia se tornado sinônimo de qualidade, sofisticação e persistência de correr riscos -um refúgio para artistas complexos, desafiadores. Era exatamente isso que Frida representava pra mim, e tudo que eu aspirava a ser. Comecei a jornada de produção do video trabalhando com outra companhia, no entanto batalhei pra retomar o controle do projeto e levá-lo a Harvey. Eu o sabia da existência um pouco, por conta do meu relacionamento com o cineasta Robert Rodriguez e com a produtora Elizabeth Avellan, sendo assim tua mulher.
Eu havia feito muitos videos com eles, e os 2 me protegiam. Tudo que sabia a respeito de Harvey na data era que ele tinha um intelecto memorável, e era um companheiro leal e um homem de família. Sabendo o que imagino nesta hora, entendo se não foi minha amizade com os Rodriguez -e com Quentin Tarantino e George Clooney- que me salvou de ser estuprada. O acordo que fizemos inicialmente era o de que Harvey pagaria pelos direitos do serviço que eu imediatamente havia desenvolvido.
O dinheiro não importava, e eu estava muito empolgada de trabalhar com ele e com aquela companhia. Adaptação Pro Cinema De 'Cinquenta Tons De Cinza' é Sadismo Politicamente Correto , imaginei que meu sonho havia se cumprido. Ele havia validado os 14 anos precedentes de minha existência. Tinha apostado em mim -uma ninguém. Eu nem imaginava que muito em breve caberia a mim narrar não.
Não a abrir a porta a todo o momento que ele batia, noite depois de noite, hotel após hotel, locação após locação, nas quais ele aparecia inesperadamente -e isto inclui a locação de um video no qual ele nem sequer estava envolvido. Não ao convite pra tomar um banho com ele. Não ao pedido de deixá-lo olhar enquanto eu tomava banho.
Não à sua oferta de me fazer uma massagem. Não à oferta de que uma amiga dele, nua, me fizesse uma massagem. Não à oferta de ele trepar Como Seduzir Um Homem? . Não ao pedido de que eu tirasse a roupa perto com outra mulher. E cada uma destas recusas despertava a raiva maquiavélica de Harvey. Não acho que ele odiasse cada outra coisa tal quanto odiava a expressão "não". A diversidade de suas táticas de persuasão era enorme -de me requisitar alguma coisa docemente à ocasião em que, em um ataque de fúria, ele proferiu palavras aterrorizantes: "Eu te mato, não ache que não possuo como fazê-lo".
Aos olhos dele, eu não era artista. Não era nem sequer mesmo uma pessoa. Era uma coisa -não era ninguém, porém era só um corpo humano. Ele declarou que meu nome não era popular o bastante, como atriz, e que eu era incompetente como produtora; pra se proteger legalmente, ou desta maneira entendi, ele me passou uma lista de tarefas impossíveis, com prazo muito curto. 1. Reescrever o roteiro, sem pagamento adicional. Ele é Fiel Em sua Frase milhões para financiar o vídeo. 3. Adquirir um diretor de primeira linha. 4. Achar atores essenciais pra quatro dos papéis coadjuvantes. Harvey Weinstein não só havia sido descartado como estava a ponto de gerar um vídeo que não desejava fazer.
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